Por Lenildo Ferreira
Do alto da profunda aversão nutrida a qualquer coisa que não sejam aplausos, o governo Bruno Cunha Lima, vendo o mundo pelo feed das redes sociais movidas a engajamento de dependentes e análises surreais de uma pequena cúpula de nefelibatas políticos, é incapaz de perceber que o quase silêncio angariado junto à mídia e o pretenso apoio do estafe público não serão duradouros.
Ocorre que, no que se refere ao futuro político do prefeito Bruno, seus receios mais profundos não deveriam estar atrelados às poucas vozes em Campina Grande que ousam cometer o sacrilégio de confrontar suas vontades.
O futuro do jovem político está, na verdade, selado por aqueles que ainda se mantêm em silêncio. Muitos por necessidade, alguns por oportunismo, outros por covardia e vários até pelo incorrigível hábito de viver atrelado ao poder. Inúmeros profundamente feridos, magoados, doídos, esmagados.
Todos unidos pelo silêncio. Aguardando o momento de se expressar. E se expressar mesmo sem arroubos de tribuno, verve de poeta, memória prodigiosa. Talvez até se manifestar sem dizer nada. Falar por atos. Às vezes apenas dizer sonoro “não” para quem sempre exige o “sim”.
Ninguém consegue controlar tudo o tempo todo. Nenhum poder é eterno. Ninguém - temos repetido - é dono da consciência coletiva.
Para tudo tem um tempo. E o tempo de o silêncio ser rompido em Campina Grande está se aproximando. Os sinais já podem ser vistos. E ouvidos.