A produção do conhecimento e do imaginário está presente nas experiências da Rota dos Festejos Juninos Vale dos Sertões paraibano, enquanto produto turístico comercializável, pelo seu valor simbólico, cultural, conteúdo para entretenimento, ocupação do tempo livre e principalmente bem-estar, contribuindo para o desenvolvimento local sustentável, mais rápido e inclusivo.
Uma mistura de turismo e economia criativa é uma das características marcantes que compõem a rota turística, integrando os municípios de Patos, São Mamede e Santa Luzia. Trata-se de uma experiência, rica de valores culturais e simbólicos, criatividade e inclusão social.
Com caráter de vanguarda, a economia criativa valoriza a originalidade, o diferente e as novas criações que geram os resultados socioeconômicos, através da criatividade dos talentosos agentes culturais dos municípios, que se destacam na produção da economia criativa, pela sua força de gerar renda o ano inteiro, com as manifestações culturais do território.
A Rota dos Festejos Juninos é um produto turístico que compreende a soma de vários segmentos criativos: a dança, a música e a gastronomia, o artesanato, a moda junina, a literatura de cordel, a produção teatral, a fotografia e o audiovisual, uma verdadeira rede de colaboração, que contribui efetivamente, para o desenvolvimento territorial sustentável.
É fundamental colocar a identidade cultural dos municípios, nas estratégias de governo, para obter dados melhores e desenvolver políticas para fortalecer alianças locais, estratégias e empoderar os negócios criativos.
Todos os atores culturais, que estão engajados na Rota, podem ter uma renda adicional por todos os meses do ano. Estima-se que a Rota dos Festejos Juninos, receberá inicialmente, duas agências de turismo, a cada final de semana, nesse primeiro ano, podendo injetar na economia dos três municípios o valor anual de R$ 1.315.000,00. Esse será o impacto econômico previsto, mas também refletirá no impacto simbólico das atividades culturais.
O Vale dos Sertões poderá contribuir para o desenvolvimento inclusivo e trazer benefícios para a região, despertando empreendedores culturais, menos privilegiados, a obter oportunidades e geração de renda digna, a partir da elaboração do seu plano de economia criativa.
Uma política construtiva e cuidadosa dos governos municipais e empresários, só acontece quando se investe nos valores da sociedade, nas oportunidades de geração de renda e na qualidade de vida da população. A cultura popular deve estar disponível para as pessoas do território e para os turistas, que buscam a diversidade cultural de cada destino turístico. Se as pessoas entendessem os benefícios da cultura na geração de negócios criativos, não teriam esquecido deles.
Uma cidadania bem informada e empoderada é aquela em que todas as ideias e expressões artísticas são valorizadas e contribuem para o desenvolvimento cultural.
Para Anya Ribeiro, consultora do Estudo da Rota dos Festejos Juninos, “inovar na construção das ações de desenvolvimento sustentável dos territórios, a partir do turismo, requer envolver na sua indução, pontos estruturais: a inclusão e preservação da identidade cultural local existente; o respeito às especificidades humanas, sociais, culturais, econômicas, ambientais e políticas institucionais; o alargamento da cadeia produtiva, direta e indireta ao turismo e eventos; o entendimento de que a estruturação depende de uma nova cultura de cooperação, conexão, integração e colaboração das organizações, para o alcance de resultados positivos sobre a sustentabilidade produtiva e competitiva do território”.
Compreender um território criativo é se alinhar a uma abordagem estratégica de relações colaborativas, que conecta parcerias e partes interessadas na gestão cultural e no diferencial competitivo dos destinos turísticos. A riquíssima cultura da Rota dos Festejos Juninos se manifesta na música na gastronomia regional, nas histórias e memórias, nos saberes e tradições. Está adequada às práticas lúdicas, das expressões culturais, que promovem a economia local e fomenta o turismo, pois a autenticidade e a preservação da cultura são perceptíveis nos costumes e crenças regionais.