Nota da GM ignora abandono de vítima nas mãos de agressores e fala em "distorção"


A Guarda Municipal de Campina Grande soltou uma nota agora há pouco justificando a atuação dos agentes durante o episódio chocante desta quarta-feira, 13, quando um policial militar quase foi linchado por um grupo de indivíduos que controlam a Praça Clementino Procópio.

No documento, a GM tenta dar ares de normalidade à atuação dos seus agentes e omite o momento em que a vítima foi abandonada a mercê dos agressores nas proximidades do antigo Jornal da Paraíba, como mostram vídeos que circulam na internet demostrando que quando a situação se agravou, a equipe da força de segurança recuou, só voltando a se aproximar do homem agredido quando seus algozes já haviam, por conta própria, cessando a violência.

Para piorar, a nota ainda ataca suposta "distorção dos fatos", num costume cada vez mais frequente nas manifestações ligadas à Prefeitura de Campina Grande contra a imprensa e a opinião pública. "Lamentamos que a distorção dos fatos frutifique, invertendo os valores que deveriam ser celebrados", afirma o malfadado documento, que é assinado genericamente.

O despreparo que foi demonstrado durante a operação também se vê, agora, na tentativa de justificar as falhas que poderiam ter custado a vida de um cidadão.

Veja a nota, na íntegra:

Na manhã desta quarta-feira, 13 de março de 2024, uma equipe da Guarda Civil Municipal que estava de serviço na Praça Clementino Procópio, no Centro de Campina Grande, realizava o acompanhamento dos serviços da Secretaria de Obras, quando testemunhou uma cena alarmante.

Enquanto realizavam suas atividades rotineiras, os guardas municipais avistaram um tumulto próximo à área em que estavam operando. Populares, possivelmente moradores de rua, estavam envolvidos em uma situação de conflito. Ouvindo um estampido de arma de fogo, a equipe dirigiu-se imediatamente ao local.

Ao chegarem, os guardas municipais depararam-se com um homem, identificado posteriormente como a vítima, segurando um menor de idade não identificado. Os populares haviam cercado o homem e começaram a agredi-lo com socos e chutes na tentativa de fazê-lo soltar o menor de idade. Diante dessa situação, a Guarda Municipal interveio para dispersar os agressores.

Nesse momento, o menor de idade conseguiu se desvencilhar e fugir do local. A vítima foi retirada do tumulto pela Guarda Municipal, pois os populares estavam demonstrando uma inclinação para linchá-la. As equipes da Guarda Municipal fizeram uma contenção para protegê-la. No entanto, a situação tornou-se ainda mais violenta quando os populares começaram a lançar pedras e capacetes na direção dos guardas.

Diante da ameaça iminente à vida da vítima, foram acionadas todas as guarnições disponíveis para dar apoio e garantir a segurança de todos os envolvidos. A Guarda Municipal também acionou as equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para prestar socorro à vítima.

Posteriormente, a vítima foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil para que as medidas cabíveis fossem tomadas. Quanto à questão das armas, foram seguidos os procedimentos padrões adotados por todas as forças de segurança pública em relação ao manuseio de armas de fogo e identificação do agente, sempre priorizando a vida e segurança de todos os envolvidos.

A Guarda Municipal está colaborando plenamente com as autoridades competentes para esclarecer todos os detalhes desse incidente e garantir que a justiça seja feita. Nosso compromisso permanente é com a proteção e bem-estar da comunidade e lamentamos que a distorção dos fatos frutifique, invertendo os valores que deveriam ser celebrados.

Comando da GCM – Campina Grande

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