Vices tentam se descolar de Buega, mas todos representam continuísmo evidente na FIEP


Por Lenildo Ferreira

Morreu o rei, viva o rei. A expressão centenária faz todo sentido quando observamos o atual quadro da Fiep-PB em relação à possível sucessão, via Justiça, de Francisco de Assis Benevides Gadelha, o Buega, que, após longas três décadas no cargo, foi reeleito e afastado somente por determinação do Tribunal Regional do Trabalho.

Provisoriamente, Buega foi substituído pelo vice de mais idade, José William Montenegro Leal, que deverá disputar a sucessão com outros dois vices, Clodoaldo Andrade e Cassiano Pereira. A eleição suplementar será no dia 09 de abril.

Cassiano passou a ocupar espaços na mídia, enquanto José William teria até divulgado uma carta-programa, segundo noticia o jornalista Suetoni Souto Maior em seu site, revelando, inclusive, que o dirigente propõe acabar com as reeleições definitivas na FIEP.

Medida sensata e extremamente necessária, afinal, é inadmissível que uma instituição do porte da FIEP permita ser presidida “eternamente” por alguém.

Por outro lado, o que temos é uma clamorosa contradição na proposta do dirigente em exercício, tendo em vista que ele, evidentemente, foi um dos principais apoiadores de mais uma reeleição de Buega. 

Apoiador e beneficiário da reeleição, diga-se de passagem, já que não apenas votou em Gadelha, mas integrou sua chapa e hoje é presidente em exercício apenas porque o dirigente afastado foi reeleito.

A contradição, contudo, vale também para os demais vices. Como apoiadores de proa de Buega, a eleição de qualquer um deles representa, óbvio ululante, o pleno continuísmo na FIEP.

Repita-se o fato evidente: Buega só conquistou mais um mandato, no conturbado processo de 2023, porque teve a adesão dos demais integrantes da sua chapa, que, portanto, não podem agora querer representar uma quebra de paradigma de gestão na entidade em crise.

Em tempo, falamos de empreendedores de renome e respeitados em toda a Paraíba e até fora do estado. Mas, enquanto sistema político institucional, representantes do continuísmo de três décadas na FIEP.

Recaindo a sucessão definitiva sobre um dos atuais vices, apenas sai Buega da presidência da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, mas prossegue o bueguismo.

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