Por Lenildo Ferreira
O ambiente em volta do prefeito Bruno Cunha Lima é deprimente no que tange às relações políticas e administrativas. Mais do que nunca, o chefe do executivo sabe – como toda a cidade sabe – que são muitos os seus ainda aliados que apenas esperam o momento exato para romper e aderir ao deputado federal Romero Rodrigues.
Por "momento exato", inclusive, leia-se o período vedado para as exonerações e até quando a ginástica permitir a alguns ficar em cima do muro. Gente que não pode ou não quer abrir mão dos cargos que têm no governo. Na lista entram vereadores, secretários, diretores, coordenadores e, claro, um número grande de servidores não efetivos em geral.
Inteligente, Bruno sabe melhor do que ninguém desta realidade. Sabe que há pré-candidatos que ficaram em seu partido pensando na própria eleição apenas e/ou por falta de outra opção. Sabe dos vereadores que não mudam de bancada porque não querem ver seus indicados saindo no semanário oficial como exonerados.
Bruno sabe e não pode fazer nada. Em péssima situação na Câmara, o prefeito não pode se dar ao luxo de perder votos na casa legislativa. Em crise de governabilidade e de imagem pública, teria um baque agudo se perdesse já de agora os auxiliares que são, na verdade, “do outro lado”.
Amargando um quadro tão patético nas relações políticas, o prefeito parece nutrir suas esperanças em uma não candidatura do ex-aliado Romero, sabe-se lá sobre quais fundamentos. Além de se apegar aos aplausos, análises descoladas da realidade e ideias mirabolantes salvadoras de alguns dos seus poucos aliados de fato.
Pelas imposições da conjuntura, se sujeita a amargar o fardo de lidar diariamente com gente que está no seu governo somente pelo interesse pessoal direto, porém pronta para mudar de lado. Todo mundo sabe. Bruno sabe. Mas todo mundo, inclusive Bruno, vai fazendo de conta que não sabe...