O pastor Everaldo Morais, da Igreja Assembleia de Deus em João Pessoa, publicou um duro vídeo no Youtube condenando com veemência a invasão da política partidária na denominação evangélica, que, de acordo com ele, está levando a “uma decadência” e envergonhando a igreja em todo o Brasil.
Firme em suas palavras, Everaldo afirma que essa prática está sendo implementada por “pastores que não são pastores”. E ele diz mais: “São pastores que usam a denominação para enriquecer e ter prestígio para eles, para seus amigos e familiares”, denuncia Everaldo, que logo na sequência condena a incursão de pastores na política eleitoral.
Conforme o raciocínio que expõe, a política partidária naturalmente gera divisões, fazendo com que o pastor tenha grupos dentro da igreja e dispensa tratamento diferenciado aos seus apoiadores e aliados, conduta incompatível com o seu dever de igual atenção a todos.
MERCADO POLÍTICO DENTRO DAS IGREJAS
Na sequência, o pastor Everaldo Morais sobe ainda mais o tom e afirma que as igrejas estão sendo transformadas em moeda de troca. “O que estamos vendo é um verdadeiro mercado político dentro das igrejas. Pastores negociando dinheiro e prestígio. Pastor colocando políticos no púlpito da igreja”, condena.
“Esses pastores vendem aquilo que não é deles, eles vendem o rebanho, vendem o voto das ovelhas para interesse próprio”, acrescenta, explicando que não é contra a participação dos evangélicos na política. “Não sou contra. Acho que devemos participar do processo político da nação, afinal de contas, somos cidadãos”, esclarece.
“O que eu não acho correto é as pessoas pegarem o púlpito e usarem como plataforma política-partidária, principalmente quando essa utilização é para interesse próprio”, complementou.
BALCÃO DE NEGÓCIOS
Everaldo Morais também falou contra outro problema que identifica sobretudo na sua denominação, que é a prática da ocupação dos espaços de direção por familiares dos pastores.
“Os ministérios estão servindo como barganha, como balcão de negócios. Ou como capitania hereditária. O filho de um presidente não tem chamada (vocação) para nada, mas ele impõe pela força esse filho como sucessor, como se o ministério do Senhor fosse uma dinastia”, critica.
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