Depois de disputar cinco eleições, três delas para vereador, com boas votações e chegando, inclusive, a assumir como suplente e de maneira provisória o mandato de deputado federal, Rafael Pereira de Sousa, o Rafafá, é visto entre os próprios correligionários do União Brasil como um nome que deve brigar com atuais detentores de mandato na corrida pela Câmara Municipal.
Dentro do ambiente muito disputado do partido, essa ascensão do suplente acirra ainda mais as relações, porém com uma peculiaridade. É que outros integrantes do União Brasil, principalmente os vereadores – que entendem merecer tratamento diferenciado – reclamam que, na verdade, Rafafá teria mais prestígio por parte do prefeito Bruno Cunha Lima que os parlamentares.
E como há vereadores que juram que o prefeito mantém o desejo de ajudar a trocar alguns dos atuais mandatários por novos nomes na Câmara Municipal, com quem tenha maior afinidade e melhor relação de confiança para um eventual segundo mandato, o sentimento é de que Bruno poderá ajudar a garantir que Rafafá, finalmente, vença uma eleição.
Apesar do sugestivo nome do partido, união não é uma palavra boa para definir o cenário em uma legenda que apostou na estratégia do chapão, reunindo um grande número de vereadores, ex-vereadores e nomes de expressão. Para quem sonha com a reeleição e vislumbra uma disputa muito difícil, o inimigo mora ao lado.
Logo, o entendimento entre quem tem mandato é que o partido – leia-se Bruno – deveria ter formado uma base para pavimentar o caminho da sua (deles) reeleição, e não atrair nomes que, diferentemente, tendem mesmo é a disputar diretamente com os vereadores. Fiel ao prefeito e muito bem alinhado com ele, Rafafá parece ignorar que ficou entre o prefeito e os vereadores. Ou apenas, estrategicamente, finge que ignora.
Lenildo Ferreira