Memorialista relembra, em texto e imagens, como era a área onde hoje está o Parque do Povo

O memorialista Emmanuel Sousa, que edita com Adriano Araújo o incomparável blog Retalhos Históricos de Campina Grande, fez circular nesta segunda-feira, 24 de junho, Dia de São João, um texto em que descreve como era a área do atual Parque do Povo antes da instalação do quartel general do forró. Melhor ainda, acompanhado de fotos sensacionais como a que você vê acima e no fim da publicação.

O texto, como sempre brilhante, segue reproduzido na íntegra:

Antes do Parque do Povo, havia um grande terreno, "quintal" do Centro Cultural da Prefeitura Municipal onde, um dia, houvera o sangradouro do Açude Novo. O então prefeito Enivaldo Ribeiro, 'executor' da construção do Centro Cultural, transferiu praquele local as comemorações juninas promovidas pela gestão pública ainda por volta do final da década de 1970; barraquinhas de comidas e bebidas típicas margeavam uma grande palhoça onde se apresentavam os trios de forró que animavam os casais que ali debaixo daquelas palhas de coqueiro dançavam em comemoração aos santos juninos.

O chamado "Palhoção" é a lembrança mais remota do São João urbano institucional e transpassou do "São João Para Todos" da administração Enivaldo Ribeiro para o "Maior São João do Mundo", da gestão seguinte de Ronaldo Cunha Lima. Parece curioso mas, sim, esse título da festa nasceu antes do Parque do Povo, e ainda no tempo do Palhoção! O Maior São João teve seus primeiros passos da forma mais bucólica possível, em chão de terra, com direito à lamaçal em dias chuvosos. Mas, desde sempre, aquele Palhoção era a representação do congraçamento entre as pessoas que 'prali' se dirigiam para, juntos, confraternizarem-se em uma grande expressão de alegria e união.

Com o passar dos anos, não só o Parque do Povo cresceu mas, toda a festa, em tamanho de área, em número de pessoas e em quantidade e variedade de atrações. Em quatro décadas, a forma de comemorar o São João dividiu espaço entre o tradicional e o moderno e o chamado 'Quartel General do Forró' passou a compartilhar seus espaços equalizando o que de mais novo se tem em relação à ritmos e artistas com o que de mais tradicional há nos festejos juninos. Enquanto o palco principal reserva um misto desses atrativos, as ilhas de forró, espalhadas em locais estratégicos do Parque, proporcionam o puro forró em 'full time'! As ilhas têm esse propósito de poder oferecer, de forma genuína, os ritmos juninos que são pilares da tradição mas, também, de nos fazer lembrar como tudo começou, com um trio tocando e os casais dançando, ricocheteando uns nos outros, debaixo de uma despretensiosa palhoça armada em um terreno ora emporeirado, ora encharcado. 

É uma grande festa, emendada por lembranças, por tradições, novidades mas, acima de tudo, pela união, pelo orgulho e pela alegria dos campinenses que podem participar e mostrar pra o mundo todo que promovem, com toda a certeza, a maior festa junina do planeta. 

Emmanuel Sousa

Retalhos Históricos de Campina Grande




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