Versos rápidos e improvisados: a arte Emboladora de Coco no Maior São João do Mundo


A Embolada de Coco é uma arte de poesia vitalizada no nordeste do país

A poesia gira em torno de dois “cantadores” com um pandeiro em mãos, fazendo versos métricos, rápidos e improvisados sobre um tema em específico. Em competições, caso algum da dupla não consiga responder a rima rápido o bastante, o outro vence imediatamente.

Como o cordel, a Embolada é um patrimônio cultural do Brasil, e muito importante para a cultura nordestina e a celebração dela. A arte da embolada necessita de muito esforço, rapidez e longos anos de treino.

“A Embolação de Coco é uma das atrações mais queridas do nordeste”, diz o embolador conhecido como Estrelinha do Norte, que tem 46 anos de profissão e vem de Surubim – Pernambuco. “É a cantoria de gracejo, levando a cultura para toda a criançada. Cantamos em escolas para que as criancinhas aprendam a cultura nordestina.”

Estrelinha começou a sua carreira escutando um embolador da Paraíba. 

“Eu fui cantando na minha cabeça, fui vendo o modo como batia o pandeiro e como que cantava. Comecei a executar e o pessoal dizia ‘o poeta vai ser um repentista dos bons’.”

Em questão de manter a cultura viva e fluindo pelo país, Ivan Embolador, que há anos faz dupla com Estrelinha do Norte e toca por cerca de 30 anos, diz que é uma arte que exige esforço para alcançar aperfeiçoamento. “Até para aprender o ritmo do pandeiro é difícil, precisa-se de muitos anos de treino e dedicação.”

E tanto esforço ganha recompensa diante da plateia, por isso estar na festa junina de Campina Grande é muito especial. “Quando aparecem apresentações de São João, nós ficamos felizes demais.” diz Estrelinha.

“Isso ajuda muito a gente. Gosto muito quando colocam na programação apresentação de embolador e repentista também.”, comemora.

A arte Emboladora é um dos resultados de muitos anos de história que foram se formando na nossa bela cultura nordestina, e poetas como Estrelinha do Norte e Ivan Embolador são artistas que ajudam a manter a habilidade viva.

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