Se não for candidato, Romero estará ajudando Bruno mais agora que quatro anos atrás


Por Lenildo Ferreira

O prazo das convenções partidárias termina exatamente em duas semanas, 05 de agosto, uma segunda-feira. Em Campina Grande, inegavelmente, o processo encontra-se estagnado à espera de Romero Rodrigues. Exatamente como esteva no início do ano. Do mesmo jeito em que se encontra há mais de um ano.

Com isso, se o deputado federal anunciar nos próximos dias que não será candidato, efetivamente estará dando ao prefeito Bruno Cunha Lima uma ajuda ainda maior que a de quatro anos atrás.

Naquele pleito, Romero contrariou a si mesmo para apoiar Bruno, quando queria indicar Tovar Correia Lima. Com a indicação, deu o mandato ao jovem político, afinal, naquele momento, qualquer um que fosse escolhido pelo então prefeito venceria fácil.

Quatro anos depois, o cenário é diferente. Com um governo em crise sem precedentes, enfrentando um desgaste histórico, em guerra com o poder legislativo, Bruno chega extremamente fragilizado para uma eventual nova disputa.

Até mesmo aliados muito próximos reconhecem que o prefeito não teria como vencer Romero. Mas, ao segurar uma decisão durante tanto tempo, Romero, querendo ou não querendo, contribuiu decisivamente para asfixiar completamente a oposição.

Afinal, toda a classe política compreendeu que o deputado dava sinais evidentes de que seria candidato, pelas amplas e óbvias razões para tanto, e ninguém se aventuraria a uma eleição de resultado muito previsível.

Logo, comparando o difícil cenário político que o chefe do executivo enfrenta, e contrapondo ao prazo exíguo para movimentos de recolocação da oposição, ainda que Romero nem declare apoio ao outrora aliado, ainda que se abstenha do processo, terá feito muito mais por Bruno agora que naquele 2020.

Se esse sempre foi o plano, terá sido o plano perfeito. Para Bruno. 

Porque para Romero, ficariam todas as consequências de um verdadeiro suicídio político, arrastando consigo parte dos aliados e renegando o chamamento da cidade.

Por isso mesmo, o cenário, embora não impossível, parece completamente impensável. Porque não faz sentido algum.

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