Velha política: Em ano de eleição, prefeitos da PB lançam obras, anunciam concursos e prometem tudo


Lenildo Ferreira

O ano de 2024 parece não ter qualquer crise nos municípios. O tradicional chororô dos prefeitos sobre quedas do FPM e o encolhimento das receitas deu lugar a uma frenética onda de promessas, anúncios, assinaturas de ordens de serviço e toda a sorte de garantias de realizações. 

De janeiro para cá, do nada, vimos um grande número de concursos anunciados por diversas prefeituras da Paraíba. É assim! Num passe de mágica, pacotes de “bondades” são alardeados de cidade em cidade.

Em boa parte dos municípios, os gestores aproveitaram a última semana que antecedeu ao chamado período das condutas vedadas (iniciado em 06 de julho) para o lançamento de obras e ações não realizadas durante três anos e meio de mandatos.

Da mesma forma, uma imagem que se tornou parte do cenário das cidades são os supostos canteiros de obras com chamativas cercas de tapumes e placas vistosas, tudo montado após assinaturas de ordens de serviço às pressas.

Agora a praça sai! Agora a escola vai ser construída! Chegou a hora de o bairro ganhar uma creche nova! As velhas demandas, reprimidas durante todo o mandato, até há pouco impossíveis de serem realizadas, agora serão atendidas. Afinal, tudo é possível em ano de eleição!

Estado pobre, mas de políticos ricos, a Paraíba vê o espetáculo da velha política se repetir, a cena patética de um mimetismo nefasto em que homens públicos escarnecem das pessoas e suas necessidades.

É o que se vê por toda a Paraíba, como em quase todo o Nordeste e boa parte do Brasil, ano após ano, eleição após eleição. 

Usa-se as demandas do povo e o nome de Deus em vão, o dinheiro público e a máquina administrativa com a mesma cara de pau de sempre, num espetáculo cretino de coronéis travestidos de gestores, políticos sem escrúpulos num literal vale-tudo pelo poder.

Resta saber se o povo, a quem compete o poder de julgamento a esse tipo asqueroso e deletério de pantomima, continuará se deixando enganar por encenações tão óbvias, tão afrontosas, patéticas e terrivelmente maléficas.

A política velha precisa de reposta nova.

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