Por Lenildo Ferreira
A menos de 24 horas da convenção do Podemos, o deputado federal Romero Rodrigues mantém a mesma postura inacreditável dos últimos dias: percorrendo eventos de aliados em outras cidades e fazendo parecer que nada acontece em Campina Grande.
Justamente Campina Grande, a cidade que deu tudo a Romero, é hoje objeto da pior postura que se pode ter: a indiferença. Nem ao menos os pré-candidatos do seu partido puderam ter do seu presidente estadual qualquer palavra sobre os destinos a serem tomados.
Claro que Romero não será candidato. E o problema não é essencialmente esse. O absurdo da história é que esse desfecho, de uma expectativa criada e alimentada por Romero, ocorra sem o protagonista se pronunciar, assumir posição, justificar sua escolha, nem que seja por uma mera publicação em rede social.
Campina Grande descobriu o fim da novela por meio de recados, de mensagens vazadas de reuniões, de afirmações e detalhes por parte de terceiros. Romero, de tantos amores declarados à cidade, simplesmente calou-se. Justo o único direito que ele não tinha: calar-se.
Campina Grande não merecia essa indiferença grosseira. A cidade sabe que Romero não é afeito a decisões que exigem maior firmeza, logo, desconfiava que ele não viesse a entrar na disputa. Mas, o que a cidade não sabia nem esperava era essa forma impressionante e inaceitável de agir.
O gesto de Romero, circulando convenções e ignorando totalmente Campina Grande, parece dar o mote de seu projeto a partir de agora: rompendo com a cidade que lhe elegeu deputado federal (e que lhe deu todas as vitórias), deverá tentar compensar ampliando bases eleitorais no restante do estado.
Vai ser uma missão difícil. Bem ou mal, Campina, sem Romero, continuará sendo grande. Mas, sem Campina, quem será Romero?