Durante entrevista nesta segunda-feira, 18, à Rádio Correio FM, o secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Campina Grande, Sargento Neto (PL), confirmou que deverá deixar a pasta no final do ano para retornar ao mandato na Assembleia Legislativa da Paraíba.
Também em sua fala, conforme registro do jornalista Victor Silva, Neto revelou esperar poder indicar seu sucessor na pasta, inclusive apontando dois nomes: o irmão, Plínio Gomes, que ficou na primeira suplência do União Brasil para a Câmara de Vereadores, ou o atual procurador da Câmara, Luiz Phillipe Pinto.
Ocorre que, se é isso que Sargento Neto vai pleitear junto ao prefeito Bruno Cunha Lima, ou seja, indicar o sucessor na Sesuma, está sendo excessivamente modesto e pedindo muito pouco para tudo que fez pelo prefeito.
RELEMBRANDO...
Agora que está reeleito, Bruno voltou a ter uma multidão de amigos “fieis” – como diz o ditado, “jumento carregado de açúcar, até o rabo é doce”.
Quando, porém, o mesmo Bruno estava amargando o impasse público pela possível candidatura de Romero Rodrigues, muitos dos mesmos amigos desapareceram – eles podiam ter sido encontrados reunidos, inclusive, planejando a derrocada de Bruno.
Naquele momento, pesquisas internas mostravam o óbvio: que se Romero fosse candidato (e muita gente apostava que seria, como ele mesmo deixava crer), Bruno sofreria uma derrota fragorosa. Neto, inclusive, teve acessos a tais pesquisas. E o que fez? Em um evento público, declarou que estaria com o prefeito, qualquer que fosse a situação.
Depois, Neto cometeu outro ato temerário: deixar o mandato nas mãos de um adversário de 2022 (e, certamente, de 2026) para assumir a Sesuma. E por que o fez? Porque Bruno precisava de alguém para estancar o desgaste da zeladoria da cidade, onde aliados do prefeito queriam ver pelas costas o então secretário, Geraldo Nobre, indicado de Romero.
Às portas da eleição, Neto sacrifica sua relação com aliados que seriam candidatos (prejudicando-se para 2026) a fim de colocar Plínio candidato, a fim de ajudar a fortalecer a nominata do União Brasil – que, inclusive, foi mal montada por Bruno e seu grupo.
Pois bem. E agora? Ao deixar a pasta, o pleito de Neto seria indicar o sucessor? É pedir pouco demais. O mínimo evidente a esperar seria o prefeito alçar Plínio ao exercício do mandato e, ao mesmo tempo, manter com Neto a indicação da Sesuma, onde, inclusive, nomeando Phillipe, Bruno estaria matando dois coelhos com uma cacetada só, já que o jurista é também “cota” pessoal do próprio prefeito.
Se o sargento aceitar menos que isso, estará deixando que rebaixem a própria patente enquanto aliado.
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Por Lenildo Ferreira