Debate revela que semestre letivo na UFCG tem apenas 85 dias de aulas


Os estudantes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) têm, atualmente, apenas 85 dias efetivos de aulas dentro do período de todo um semestre letivo. A informação veio à tona durante um debate dos candidatos que disputam o segundo turno da chamada “consulta democrática” da instituição.

Aparentemente, o calendário sofre consequências de atrasos ocorridos desde a pandemia e que ainda não teriam sido normalizados. Diante do questionamento, feito por professores, a chapa de oposição culpou o atual reitor e se comprometeu a, assumindo a universidade, ampliar a programação para 100 dias de aulas no semestre.

Camilo Simões, candidato da chapa oposicionista e mais votado no 1º turno, revelou que professores estariam enfrentando graves dificuldades para se adequar ao pouco tempo efetivo de aulas. “Ouvi um professor muito correto que disse a mim: ‘Pela primeira vez, tive que inventar aula porque não dá para colocar as aulas dentro dos 85 dias’. Isso é um absurdo. A gente não pode continuar assim”, disse.

Já Antônio Fernandes, atual reitor, também se comprometeu a buscar adequar o calendário e acusou o grupo de Camilo, que é ligado ao reitorado que o antecedeu, de ter cometido erros de gestão durante a crise da pandemia que, pelo que deu a entender, afetaram também os dias-aulas. 

“É fácil se comprometer e nada fazer, quando se passou de março a setembro, no período da pandemia, sem tomar nenhuma decisão e, quando tomada, foi desconsiderado tudo o que foi feito dentro da universidade”, afirmou.

DISPUTA

A votação do segundo turno na UFCG será na próxima terça-feira. A palavra final sobre quem vai assumir a reitoria da universidade, contudo, é do presidente da República. Há quatro anos, Antônio Fernandes foi o menos votado entre os três nomes da lista tríplice indicada, mas acabou sendo o escolhido do então presidente Jair Bolsonaro.

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