Em Campina Grande, falta água e falta respeito da Cagepa à população


É constante a reclamação de falta d’água em Campina Grande. Quem atua na imprensa pode atestar que as queixas da população são praticamente diárias e recorrentes, tendo em vista que há setores mais frequentemente afetados.

Semanalmente, há suspensão do abastecimento, em geral por horas seguidas a fio, para ações de manutenção. Nestes casos, a Cagepa costuma informar previamente a imprensa para comunicação. Assim, pelo menos, as pessoas podem se precaver e tentar encher baldes para enfrentar as torneiras secas.

Mas, essa atuação da Cagepa em termos de divulgação é extremamente falha, o que faz com que, com frequência inaceitável, os bairros sejam pegos de surpresa com a suspensão do abastecimento, o que evidentemente causa severos transtornos à população e prejudica muito principalmente as famílias mais humildes.

É claro que há intercorrências imprevisíveis. Mas, ainda nestes casos, a comunicação da Cagepa tinha a obrigação de, imediatamente constatado o problema, informar a imprensa – o que hoje é facilmente possível através de canais como o WhatsApp a partir de onde os profissionais da mídia disseminam rapidamente as informações.

Porém, situações como manutenções de urgência e reparos, o que parece ser boa parte dos casos, poderiam e deveriam ser objeto de rápida comunicação da companhia, de modo que, assim que ciente do problema, a Cagepa deveria acionar a imprensa – o que não acontece.

Essa agilidade, que representa uma medida muito simples, seria fundamental para permitir que as famílias pudessem recorrer a meios de acumular água antes do total fechamento dos sistemas – mas a Cagepa simplesmente não o faz, sobretudo aos finais de semana.

É lamentável. Mais que isso, é reprovável. Água, por óbvio, é essencial. E nem todas as casas contam com o suporte de sistemas como caixas-d’água. 

Ao não conseguir evitar a falta d’água constante, a Cagepa falha e expõe-se a questionamentos técnicos e até jurídicos – afinal, mantém relação de consumo com a população. 

Mas, ao não se dar ao trabalho de entender que comunicar as situações de desabastecimento com agilidade é uma obrigação básica, a Cagepa assume uma posição deplorável de desrespeito à população, prática que exige resposta urgente das autoridades.

Lenildo Ferreira     

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