Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos - Leia na coluna de Alexandre Moura


Por Alexandre MOURA (*)

Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos  

A maioria concorda que a “IA” (Inteligência Artificial) é o assunto mais discutido/comentado, quando se fala no tema geral “Tecnologia”. Entretanto, ainda não percebemos (ou não está claro) seu “impacto” na economia em geral e sua importância para a melhoria das nossas vidas. Ao longo deste ano, pretendo trazer neste espaço (mesmo que de forma simplista e genérica) informações/considerações sobre a utilização de IA em diversos setores da economia e da atividade humana. Para iniciar essa “serie”, vou escrever sobre o “uso de IA na P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) de Medicamentos”. A IA tem transformado diversas indústrias, e o setor farmacêutico está entre os que mais se beneficia dessa revolução. A aplicação de IA na P&D de fármacos tem acelerado processos, reduzido custos, aprimorado remédios existentes e aumentado a eficácia na descoberta de novas terapias.  Uma das etapas mais críticas no desenvolvimento de novos medicamentos é a identificação de “alvos terapêuticos”, ou seja, proteínas ou genes, que desempenham um papel em uma doença específica (como, por exemplo, o câncer). Modelos de IA, “treinados” em grandes volumes de dados biológicos e genômicos, podem analisar padrões complexos e sugerir alvos promissores que seriam difíceis de identificar por métodos tradicionais, especialmente com relação a “velocidade” dos resultados dessas análises.  

Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (II)  

Em outra “frente”, a IA é utilizada para identificar moléculas que possam atuar como potenciais medicamentos. Por meio de técnicas como “Deep Learning” (“Aprendizado Profundo”) e “aprendizado por reforço”, algoritmos podem prever a interação entre compostos químicos e alvos biológicos, simulando testes laboratoriais em ambiente virtual (em computadores). Isso reduz significativamente, o tempo (e o custo) necessário para a triagem inicial de “novos compostos” (e/ou aperfeiçoamento de existentes), que antes poderia levar anos. Outro avanço proporcionado pela IA é o “reposicionamento de medicamentos”, que consiste em identificar novos usos para remédios já existentes. Com a análise de dados clínicos e moleculares, algoritmos conseguem correlacionar informações aparentemente desconectadas, revelando possibilidades de tratamentos para outras doenças, muitas vezes com maior segurança, já que o medicamento está disponível e obviamente, tendo sido testado e aprovado/liberado pelos órgãos reguladores.  

Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (III)

Outra “vertical” que a utilização da tecnologia de IA vem revolucionando, são os ensaios clínicos, uma das etapas mais caras e demoradas, do desenvolvimento de um medicamento. Ferramentas baseadas em IA ajudam a selecionar os pacientes mais adequados para os testes, analisando dados genéticos, históricos médicos e outras informações relevantes consideradas pelos Médicos. Desta forma, otimizando os “Ensaios Clínicos”, aumentando a probabilidade de sucesso dos ensaios e reduzindo desperdícios de recursos humanos e financeiros. A “Personalização de Tratamentos” (dentro da “medicina de precisão”), é outro destaque no uso de IA. Atualmente, o uso dessa tecnologia desempenha um papel central na personalização de diversas terapias. Ao integrar dados genômicos, informações clínicas e históricos médicos, algoritmos podem prever como diferentes indivíduos responderão a um tratamento específico, permitindo a criação de medicamentos sob medida, para atender às necessidades de cada paciente.  

Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (IV)

Como escrevi nos tópicos anteriores, embora os avanços sejam notáveis, a implementação/uso da IA na P&D de medicamentos enfrenta ainda, muitos desafios, incluindo avanços na “regulamentação em nível global” do uso dessa tecnologia na medicina, de uma forma geral. A qualidade e a disponibilidade de dados são questões críticas, pois algoritmos de IA dependem de grandes volumes de informações precisas, diversificadas e constantemente atualizadas. Além disso, a interpretação das descobertas feitas por IA nem sempre é direta, exigindo validação experimental e supervisão de Médicos e Cientistas, que precisam “entender” como usar a tecnologia disponível. Entretanto, fica claro que a IA tem se mostrado uma “aliada indispensável na P&D de medicamentos, proporcionando avanços que eram inimagináveis alguns anos atrás”. O potencial da IA para transformar a P&D e principalmente, na produção de medicamentos é imenso. Com a utilização assertiva de IA, estamos no limiar de uma nova era de inovações médicas mais rápidas, eficientes e personalizadas.  

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Engenheiro Eletrônico, Mestrado em Engenharia Elétrica, MBAs em e Comércio Eletrônico e Software Business, pela N.S. University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, Fundador e Membro do Conselho de Administração do SICOOB Paraíba, Ex-Presidente e Diretor da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.

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