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Renato Correia, da CBIC - Imagem: Assessoria |
O setor da construção civil no Brasil acompanha com preocupação a escalada da taxa Selic e seu impacto negativo sobre a economia do país e, especialmente, o segmento. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic de 12,25% para 13,25% tem efeitos significativos no ambiente de negócios, que receia que o índice referencial cheque a cerca de 15% este ano.
O presidente do Sinduscon Paraíba, Lamartine Alves, destacou que, depois de um 2024 positivo para a construção civil, a sequência de elevação da Selic aponta para um ano de maiores dificuldades. “A taxa muito elevada, como se delineia, atinge toda a economia, drena a força de investimentos, torna os recursos escassos e o crédito mais caro”, lamenta Lamartine.
Ele lembrou de recente entrevista do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia (foto), que também expressou a preocupação com o cenário atual. “O cenário para 2025 é desafiador para o país todo, e em especial para a construção civil, no que tange ao impacto da taxa básica de juros, a Selic”, disse Renato ao Correio Braziliense.
“A expectativa de chegarmos a uma taxa básica de 15% ao ano tem um impacto muito forte no setor, porque usa muito dinheiro por muito tempo. Isso acaba onerando muito a produção de imóveis, aumentando o custo de produção. Além disso, quando a Selic sobe, há uma retirada de recursos da caderneta de poupança”, acrescentou o presidente da CBIC.
“Nos últimos três anos, houve uma drenagem de R$ 200 bilhões de recursos da caderneta de poupança, e, com a taxa Selic a 10,5%, havia sinais de recuperação. Com ela subindo de novo para 15%, é natural que haja uma pressão de saída de recursos, o que implica menos dinheiro para a produção de imóveis”, pondera Renato Correia.